"Compartilhando Experiências: Superando Desafios e Ampliando Horizontes"

Neste espaço, pode-se escrever as experiências boas e ruins como uma forma de compartilhar nossas dificuldades ao trabalharmos em um país onde as leis e decretos frequentemente não passam do papel. Quando criei este blog, meu objetivo era desabafar a frustração que sentia ao ver tantos alunos em Goiânia sem intérpretes de Libras devido ao descaso do governo. No entanto, logo percebi que poderia ir além e comecei a publicar textos de pessoas que nem conhecia, mas que gostei de ler. Acreditei que compartilhar esse material seria útil para outras pessoas em suas pesquisas. Surpreendentemente, meu blog teve um acesso significativo em pouco tempo, considerando que foi criado em abril de 2011. Gostaria de expressar meu agradecimento a todos que têm visitado este blog. Espero ter ajudado e contribuído de alguma forma. Se você tiver um texto para compartilhar, envie-me, pois eu o postarei, o que também será uma ajuda para mim. E-mail: regisneia@gmail.com

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Implante Coclear

Google imagem bebê com implante coclear


O implante coclear é uma cirurgia feita há mais ou menos  20 anos no Brasil e consiste na implantação de um equipamento eletrônico computadorizado que substitui totalmente o ouvido de pessoas que têm surdez profunda. Assim, o implante é que estimula diretamente o nervo auditivo através de pequenos eletrodos que são colocados na orelha interna, dentro da cóclea. O nervo leva esses sinais para o cérebro. Funciona como um ouvido biônico. As primeiras pesquisas com implante coclear começaram na França em 1957 e no início da década de 70 e foram usadas clinicamente nos Estados Unidos. É um aparelho muito sofisticado que foi uma das maiores conquistas da engenharia ligada à medicina. Já existem mais de 20 mil pessoas no mundo que são implantadas. Um processador semelhante a um microfone em miniatura detecta as frequências componentes dos sons de entrada e as envia para o local apropriado na membrana basilar, por fios minúsculos. O implante coclear tem causado muito interesse e polêmica entre a comunidade surda, pois seus resultados muitas vezes não são os desejados e trata-se de uma cirurgia irreversível, ou seja, a orelha operada nunca mais poderá receber nenhum outro tipo de amplificação caso a cirurgia não tenha sido um sucesso. A indicação do implante coclear é feita para os casos de perda auditiva profunda bilateral e quando o uso de AASI não funciona proporcionou bons resultados. A diferença entre o implante Coclear e o a AASI é que o primeiro é um estimulador elétrico, ele fará o papel de toda a orelha. Já o AASI é um amplificador de sons. Após uma avaliação médica, os candidatos são aqueles que se enquadram basicamente nos seguintes critérios: 
Crianças
  • Surdez Neurossensorial profunda bilateral ("surdez do nervo");
  • Idade de 18 meses ou mais;
  • Pouco ou nenhum benefício com o uso de AASI após seis meses de uso;
  • Sem contraindicação médica;
  • Motivação e expectativas familiares apropriadas e realistas;
  • Necessário acompanhemento fonoaudiológico.
Adultos (com suredez pós-lingual)
  • Surdez severa ou profunda em ambos os ouvidos;
  • Surdez adquirida após aprendizado de linguagem oral;
  • Benefício limitado de aparelhos acústicos bem adaptados e um resultado de menos de 30% de reconhecimento de sentenças testadas com aparelho de audição;
  • Sem contraindicação médica;
  • Motivação e expectativa adequadas.
Adultos (com surdez pré-lingual)
  • Surdez severa ou profunda em ambos os ouvidos adquirida antes de aprnder a falar;
  • Surdez adquirida antes do aprendizado de linguagem oral;
  • Benefício limitado de aparelhos acústicos de audição bem adaptados e um resultado de menos de 30% de reconhecimento de sentenças testadas com aparelho de audição;
  • Sem contraindicação médica;
  • Motivação e expectativa realistas.
O implante coclear é uma nova tecnologia a serviço das pessoas que apresentam uma perda profunda de audição, mas é importante saber que:
  • nem todos são candidatos a esta tecnologia;
  • seu uso depende do uso do aparelho e de uma antena externa;
  • após a cirurgia se faz necessário muito tempo de terapia fonoaudiológica;
  • a cirurgia mais o aparelho do transplante custam em média cinquenta mil e as filas no Sistema Único de Saúde (SUS) são imensas. (Esclarecendo as Deficiências).
 Meu nome é Maiara Marques, tenho 30 anos e sou mãe de uma linda garotinha, Sarah, que nasceu com surdez profunda bilateral. Ao descobrirmos a surdez ficamos sem chão... Enfim, para quem recorrer? Mas isso durou apenas algumas horas. Então, fomos à luta! 
Buscamos saber sobre surdez, aparelho, cirurgia, Libras, escola... Foi quando descobrimos o implante coclear em um site. Mas, até chegarmos ao implante, fomos lhe ensinando Libras, comecei a ler, comprar livros para que eu pudesse aprender para passar a ela. Com 1 ano e 10 meses, minha filha falava em sua língua materna, a Libras, e fazia uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI), mas sem ganho. Foi aí que pesquisamos bastante sobre o implante coclear, procuramos outras pessoas que haviam feito, mas em minha cidade, ela foi a primeira a realizar tal cirurgia. Buscamos então o Hospital das Clínicas em São Paulo, onde começaram a ser realizados vários tipos de exames, consultas, testes, até o dia 8 junho de 2005, às 16 h, quando foi realizada a cirurgia. Horas de angustia e ansiedade, mas também de alegria por termos conseguido algo de bom para ela. Chegou o grande dia de ligar os equipamentos externos: 12 de agosto de 2005. Ao entrarmos na sala, a ansiedade tomava conta de nós, queríamos saber qual seria a reação de nossa princesa ao ouvir pela promeira vez... A emoção foi grande quando o implante foi ativado, lembro-me como se fosse hoje: ela olhou pra mim, para o meu esposo, e começamos a chorar. Naquele dia fizemos testes o dia todo - assobio, palmas, rádio e o tão esperado: a chamamos pelo seu nome: Sarah. Então, ela nos olhou e deu um sorriso. A alegria que sentimos naquele momento só estava começando, assim como minha luta para incluí-la em uma escola regular. Tenho um blog www.mayarinhamarques.blogspot.com no qual  há matérias onde os pais podem tirar suas dúvidas, assim como eu meu esposo tivemos. (Ciranda da Inclusão).

Referências:
HONORA, Márcia; FRIZANCO, Mary Lopes Esteves. Ciranda da Inclusão: Esclarecendo as Deficiências, São Paulo, Ciranda Cultural, 2009.
Revisata Ciranda da Inclusão, 2010.  
Importado apenas para leitura.